"CHIQUE É CRER EM DEUS"

Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... Mas, Amor e Fé nos  tornam humanos!

Coisas que todos os catequistas novatos deveriam saber

Catequese é algo fundamental para a Igreja e não se pode improvisar. Por isso, aqui vão algumas coisas básicas que você não pode esquecer.

O catecismo responde.

Respostas sobre dúvidas sonbre o Sacramento do Batismo

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Especial sobre Quaresma

Encontre aqui tudo que já publicamos sobre esse tempo.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Campanha da Fraternidade 2014 ~ Fraternidade e Tráfico Humano


Tráfico humano, e eu com isso?
“É para liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1)


         Quando a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) lançou a campanha da fraternidade de 2014 sobre o tráfico humano, nos pareceu que iríamos refletir sobre uma realidade distante de muitos brasileiros. Talvez seja difícil conhecer uma pessoa próxima que foi tirada do convívio da família e obrigada a fazer trabalhos contra a própria vontade ou até mesmo uma criança que foi roubada de seus pais e levada para outro Estado, país e etc. Contudo, fora as formas mais comuns do tráfico que presenciamos constantemente nos jornais, na televisão e na internet, essa realidade está bem mais próxima do que imaginamos.
Para perceber isso, é necessário mudar um pouco a forma como vemos esse crime tão bárbaro. O tráfico humano não acontece somente fora do país e longe das famílias. É justamente sobre esses casos tão presentes na nossa sociedade brasileira e baiana que a CF 2014 quer nos alertar. Já se tornou uma prática às vezes comum ver crianças perdendo sua infância (ou sendo traficada) pelos próprios pais para vender balas nos semáforos das grandes cidades, nas praias e tantos lugares públicos; ou até mesmo são usadas como meio para pedir esmola e sustentar quem deveria estar lhe sustentando. Essa é a forma de tráfico que mais presenciamos nas nossas cidades. Todos nós sabemos que criança deve estudar, brincar e se divertir e não perder sua infância para assumir responsabilidades de gente grande.
         O lema da campanha da fraternidade: “é para liberdade que cristo nos libertou” (Gl 5, 1), nos fundamenta tudo isso através da doação de Jesus Cristo, pois ele morreu por cada um de
nós para nos libertar e não podemos ver nossos irmãos perderem sua liberdade dentro e fora de casa e ficar de braços cruzados. É justamente a partir desse lema que percebemos o quanto a CF tem uma abrangência muito maior, pois não só as crianças, mas também a desvalorização da mulher, o preconceito e a discriminação religioso, a exploração do trabalho e tantas outras formas de cerceamento da liberdade do outro, podem ser consideradas como uma das modalidades do tráfico humano. Assim, já que estamos falando de algo tão próximo da nossa realidade, não podemos aceitar ou colaborar para que nossos irmãos vivam longe da liberdade garantida por Cristo e pregada no seu Evangelho. 


Questões para refletir
  • Você concorda com o fato de que o tema da CF 2014 está mais próximo de nós do que imaginamos?
  • “ Outras formas de cerceamento da liberdade do outro, podem ser consideradas como uma das modalidades do tráfico humano.” Analisando nossa realidade, quais as outras modalidades de trafico podemos encontrar em nossa cidade?
  • Conforme o texto, não podemos colaborar para que nossos irmãos vivam longe de sua liberdade garantida por Cristo no Evangelho. O que podemos fazer para não colaborar com as diversas modalidades do tráfico?

  •    Ao observar essa imagem,  o que esse protesto quer nos alertar?
  •   Quais são os tipos de tráfico presentes no mundo hoje?
  •   Proponha-se a um gesto concreto em favor da CF 2014 e em combate ao tráfico de pessoas.    

Antônio Jorge Motta, ou apenas Jorginho é catequista de Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Feira de Santana - Ba . Formado em Licenciatura em Filosofia, reside em Salvador-Bahia e é professor de Filosofia no Instituto Nossa Senhora da Sallete e professor de Ensino Religioso no Colégio Marista Patamares, ambos em Salvador- Bahia. 
Contato: jota.org@gmail.com
Facebookhttps://www.facebook.com/jorge.mota.98871

quarta-feira, 26 de março de 2014

QUARESMA - Crie em sua casa ou no seu quarto um ambiente convidativo à oração

A Quaresma é um tempo de graça, um verdadeiro Kairós, tempo da manifestação de Deus. Este tempo tem como característica duas realidades muito importantes: 1. Olhar para Jesus; 2. Conversão.
Neste tempo, somos levados pela Igreja a seguir Jesus em seus últimos momentos de vida para – junto com Ele – aprendermos o que é o amor e a misericórdia. Por diversas vezes, o Senhor vai se revelando como o rosto misericordioso do Pai, assumindo até as últimas conseqüências a vontade do Pai, que é salvar a cada filho. É um caminho de “subida”, não só para Jerusalém, mas até o mais alto grau do amor que se concretiza na cruz.
Jesus, muitas vezes, vai anunciar sua Paixão dizendo que o Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado e morto, mas no terceiro dia ressuscitará. Vemos nesses anúncios também o desejo do Senhor de se entregar. Está aí a sua disposição em dar até a própria vida em nosso resgate. Ele não somente falou a respeito do amor que se revela ao dar a vida pelos amigos, mas o fez em sua própria vida. Assim, tornou-se o exemplo mais sublime que devemos seguir para realmente sermos felizes.
Quaresma é também conversão, revisão de vida e mudança de atitude.Tudo concorre para isso nesse período: a liturgia, os cânticos, as orações. É tempo de olhar para tudo o que temos vivido e como temos vivido: nossos relacionamentos em casa, no trabalho, na escola, nosso relacionamento com Deus. Será que Ele tem sido o nosso tudo? Nossa relação com Ele é de confiança, de intimidade e amor?
Quaresma é tempo do perdão. O profeta Isaías nos diz no capítulo 30, 18: “Em vista disso, o Senhor espera a hora de vos perdoar. Ele toma a iniciativa de mostrar-vos compaixão, pois o Senhor é um Deus justo – felizes os que nele esperam”.
É um tempo de grande graça. É o Senhor quem toma a iniciativa de nos mostrar compaixão. Em nossas paróquias, além do tempo normal de confissões, temos os mutirões de confissão, celebrações penitenciais. Tudo se torna propício para nossa conversão. Por isso, não podemos perder tempo.

Algumas atitudes nossas podem nos ajudar a mergulhar fundo nessa graça. Por exemplo:
- Aproveite esse tempo para silenciar um pouco, criar um clima de interioridade, evitando músicas muito altas em casa, no quarto; valorizando as que nos levam a uma maior reflexão e oração.
- Separe um tempo do dia para a oração pessoal. Crie em sua casa ou no seu quarto um pequeno altar, ali coloque um crucifixo, uma vela, a Bíblia aberta, para que o ambiente seja convidativo à oração.
- Nas sextas-feiras, se for possível, medite as estações da Via-Sacra. Isso o ajudará a mergulhar no mistério da Paixão do Senhor.
- Durante o tempo quaresmal se proponha a também fazer obras de misericórdia. Por exemplo: visitar um doente, visitar um asilo, levar alguma ajuda concreta a uma família mais carente, como roupas que você já não esteja usando ou alimentos. Tudo isso gerará em seu coração um sentimento de alegria por poder fazer algo de bom a alguém.
- Quaresma é tempo de perdoar e de pedir perdão. Se você tem alguém, a quem precisa perdoar, peça a Deus a graça de conceder esse perdão e se foi você que feriu esse alguém, dê o passo em direção à pessoa e peça perdão. É tempo de reconstruir as pontes de reconciliação.
- A confissão é fundamental nesse tempo, não deixe para a última hora, procure o sacerdote no decorrer da Quaresma para que, auxiliado pela graça desse sacramento, você colha todos os frutos deste tempo.
A Quaresma é entendida como um grande retiro, um retiro de 40 dias, no qual nos voltamos de coração sincero para o Senhor e d’Ele recebemos uma nova vida. Já há alguns anos, nós da Canção Nova temos feito essa experiência por meio do retiro popular de Dom Alberto. Ele nos tem possibilitado viver esse tempo de maneira intensa e profunda. Esse é mais um modo de se viver bem esse período.
O importante é que eu e você tomemos consciência de tudo o que o Senhor deseja realizar em nossas vidas e nos esforcemos para não deixar a graça passar.
Padre Clovis
cloviscn@gmail.com

sexta-feira, 21 de março de 2014

LITURGIA, CATEQUESE. VIDA!!!

Com alegria, mas muito responsabilizado, recebi o convite de escrever
mensalmente para o blog da Catequese do nosso Regional NE 3. Sabemos que, a Liturgia é “fonte e cume” de nossa fé, de toda a nossa vida, como destacou a Sacrossanctum Concilium, primeiro documento do Concílio Vaticano II, que celebramos no Ano da Fé. Sendo assim, a fonte também da Catequese é a liturgia. E essa fonte é inesgotável!
Catequese e Liturgia caminham juntas. Se acreditamos que nossa vida se converge para o Mistério Pascal de Cristo, ou seja, ele é o centro da caminhada e nele encontramos forças para o dia-a-dia, muito mais devemos buscar a compreensão dessa realidade norteadora da vida. Buscamos, assim, o “Saber”.
Ao mesmo tempo, ter acesso às realidades do existir cristão, da profundidade do Mistério de Cristo e do “lugar” próprio que ele acontece, que é a Igreja, desperta o desejo da vivência em si. Aí, chegamos ao “Sabor”.
Muito mais poderia ser dito. Mas é só início de conversa!
Estamos diante de uma farta e bonita mesa, cheia de coloridos, cheiros e sabores. Acredito que não queremos ficar só olhando para depois contar o que nela tinha. Queremos nos fartar de tudo o que nela tem, para depois, com muito mais propriedade, dizermos das delicias que foram apresentadas.
Imagem simples. Palavras simples?!? Sim!!! Elas dizem respeito à terceira palavra do título: Vida. É a forma que escolhi para conversarmos aqui em nosso blog. Pode ser?!? Acima de tudo é um espaço de interação. Conto com sua participação!



Paz e Alegria,

Flávio Porto é Diácono na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Jussara, na Diocese de Irecê- Ba. Formado em Administração, Filosofia e Teologia, cultiva uma grande afeição pela Santa Liturgia e pela música. Dentre outras canções, Flávio é o autor do Hino catequético (CLIQUE AQUI)
twitter: @portoflavio


quarta-feira, 19 de março de 2014

Vivendo a Quaresma

Durante este tempo especial de purificação, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja
nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, se o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça divina penetre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, se abra à ação do Espírito cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc. 1,38).
Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência freqüente ao Sacramento da Reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.
A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas bem, de saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos apresenta o dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas legítimas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos recorda São Leão Magno: "estes dias de quaresma nos convidam de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Pascoa santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II)

Como viver a Quaresma

1. Arrependendo-me de meus pecados e confessando-me.
Pensar em quê ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la.

2. Lutando para mudar:
Analise sua conduta para conhecer em quê esta falhando. Faça propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou. Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil cumpri-los todos . Deve-se subir as escadas de degrau em degrau, não se pode subir toda ela de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e faça um plano para lutar contra ele. Teu plano deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo.

3. Fazendo sacrificios:
A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o ama, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamo fazendo sacrifício.

4. Oração:
Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizê-lo que o ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com a quaresma

O que é a Quaresma?

Senhor, como queres que preparemos a Páscoa?” (Cf. Mt 26, 17)
Filho PródigoHoje, às vésperas de iniciarmos a Quaresma de 2010,  repetimos esta mesma pergunta que os discípulos dirigiram a Jesus. A pergunta é justamente sobre a forma de “preparar” a Páscoa.
Pois bem, para qualquer festa importante, a gente costuma se preparar. E quanto mais importante a festa, mais tempo leva a preparação. Na própria preparação já se começa a viver a festa .

1. O QUE É A QUARESMA

Nós cristãos celebramos todo ano a festa da Páscoa: a morte e a ressurreição de Jesus e tamém a nossa. É a maior de todas as festas. A mais importante... Grande demais para ser preparada em apenas três dias ou uma semana. Por isso, estendemos a sua preparação para quarenta dias. Daí Quaresma, período de quarenta dias, que vai da quarta-feira de cinzas até a quinta-feira santa pela manhã.
Os textos litúrgicos que rezamos durante o tempo da Quaresma são belíssimos e nos conduzem ao verdadeiro espírito deste “tempo favorável”.  Poderia citar muitos mas o espaço do artigo não me permite.  Cito portanto apenas o Prefácio da Quaresma V (Missal Romano, pág. 418) como síntese de toda esta riqueza:
“Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação louvar-vos, Pai santo, rico em misericórdia, e bendizer vosso nome, enquanto caminhamos para a Páscoa, seguindo as pegadas de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, mestre e modelo da humanidade, reconciliada e pacificada no amor.
Vós reabris para a Igreja, durante a  Quaresma, a estrada do Êxodo, para que ela, aos pés da montanha sagrada, humildemente toma consciência de sua vocação de povo da aliança. E, celebrando vossos louvores, escute vossa Palavra e experimente os vossos prodígios.
Por isso, olhando com alegria esses sinais de salvação, unidos aos anjos e aos santos, entoamos o vosso louvor, cantando a uma só voz:”
Podemos encontrar neste Prefácio todos os elementos que caracterizam não só a liturgia deste Tempo, mas especialmente a sua teologia, a sua espiritualidade e a sua pastoral.  Voltamo-nos para Deus, “Pai Santo, rico em misericórdia”; relembramos a grande experiência do Êxodo, da Aliança, da libertação e da nova terra; assumimos nossa atitude de povo peregrino, ouvintes da Palavra, povo amado e escolhido por Deus; nosso modelo é Cristo, cuja morte e ressurreição celebramos de forma mais intensa neste tempo.  Enfim, a Quaresma é um “sinal de salvação” ou, numa expressão usada num artigo de Dom Manoel João Francisco, “sacramento anual de reconciliação”.
É indispensável que recuperamos também a Quaresma como o tempo ideal de fazer a preparação final dos catecúmenos que serão batizados, confirmados e receberão a Eucaristia na Vigília Pascal. O Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA) lembra que  “o tempo da purificação e iluminação dos catecúmenos é normalmente a Quaresma. De fato, na liturgia e na catequese, pela comemoração ou preparação do Batismo e pela penitência, a Quaresma renova a comunidade dos fiéis juntamente com os catecúmenos e os dispõe para a celebração do mistério pascal, ao qual os sacramentos de iniciação associam cada um” (Introdução do RICA, n. 21).

2.    SIMBOLOS, RITOS, GESTOS QUARESMAIS

São vários os símbolos, as atitudes e iniciativas humanas e religiosas que acompanham e enriquecem o tempo da Quaresma, no qual, como em toda preparação, já saboreamos de certa maneira a festa da Páscoa que virá. Por exemplo:
  • A cor roxa, as cinzas e a cruz lembram o caráter de penitência e conversão próprio deste tempo. Isto se manifesta também no visual do espaço celebrativo, sóbrio, despojado.
  • O jejum nos orienta a dar mais atenção à Palavra de Deus. A fome que sentimos (quando fazemos jejum) pode simbolizar e evocar a fome que temos da Palavra de Deus. É tempo forte, portanto,  de escuta da Palavra, pois através dela vamos conhecer os desejos de Deus e praticar a sua vontade.
  • Ajudados pela Campanha da Fraternidade, intensificamos a prática da caridade, procurando corrigir e aperfeiçoar, à luz da Palavra de Deus, nosso jeito como tratamos as pessoas e com elas nos relacionamos, sobretudo os mais pobres e sofredores, e como procuramos ajudá-los a viver com dignidade.  Nesta ano de 2010, temos uma motivação ainda maior por ser uma Campanha da Fraternidade Ecumênica.
  • Nesse tempo forte da vida da Igreja intensificamos nossa vida de oração, na forma de súplicas, pedidos de perdão, intercessão, agradecimento, compromissos de fé, melhor participação na comunidade etc. É um tempo próprio para, nas comunidades, a gente participar de alguma celebração penitencial (individual ou comunitária). Sobre estas três atitudes – jejum, esmola e oração – os Santos Padres fazem muitas referências. Recordemos algumas: “O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente” (São Pedro Crisólogo). “Não tem mérito nenhum negar alimento ao corpo se no coração não se renuncia à injustiça e se a língua não se abstém da calúnia” (São Leão Magno). “A esmola só será autêntica se à ajuda material estiver unido o perdão das ofensas” (Santo Agostinho).
  • Podemos expressar nossa vontade de participar da caminhada sofrida de Jesus (vítima da violência, de ontem e de hoje), participando de procissões (de ramos, do encontro, do Senhor morto etc.), Via-Sacras, círculos bíblicos etc.
  • Expressamos o “clima” próprio deste tempo forte da vida da Igreja também através da música e do canto. Há uma música própria e cantos que caracterizam este tempo, além do hino da CF . O Hinário 2 da CNBB apresenta também um bom repertório de músicas litúrgicas quaresmais. Na introdução do Hinário 2 lemos:  “Cantar a Quaresma é, antes de tudo, cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a  Paixão de Cristo. O canto da quaresma nos inspira e anima a assumir, com mais garra do que nunca, a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. (...) Pela participação em seus sofrimentos, isto é, ‘obedientes ao Pai e comprometidos com os irmãos até o fim’ (cf. Jo 13,1), ‘cheguemos à glória da sua ressurreição’ (cf. Fl 3, 10-11)”.  Para ajudar nesta vivência, é aconselhável também que se evite na Quaresma o toque de instrumentos musicais. Também não cantamos o “glória” e o “aleluia”.

3.    LEMBRETES PRÁTICOS PARA AS EQUIPES DE LITURGIA E DE CELEBRAÇÃO

  • O espaço litúrgico, despojado, sóbrio e “vazio” nos ajuda a esvaziar o coração para preenchê-lo com a Palavra, que é luz para nossos passos e que nos converte.
  • Momentos de silêncio, principalmente entre as leituras e após a homilia, são importantes.
  • Um sinal permanente no espaço litúrgico, como um tecido roxo em forma de faixa na mesa da Palavra ou como detalhe na mesa eucarística (sem “tampar” ou esconder o altar), ajudará na experiência quaresmal. Não colocar o cartaz da CF em frente ao altar ou ambão, mas num outro local, de preferência na entrada da igreja, bem visível para a comunidade.
  • A cruz, pela qual fomos marcados no Batismo, deve ser destacada. Ela lembra que somos discípulos e discípulas de Jesus, que superou o fracasso humano da cruz com um amor que vence a morte.
  • A comunidade pode fazer maior experiência da misericórdia de Deus através do sacramento da Reconciliação, de celebrações penitenciais e também de retiros.

4.    SEMANA SANTA E TRÍDUO PASCAL: A CONCLUSÃO DA QUARESMA

Existe um jeito, um lugar, um momento muito especial no qual aprenderemos a “viver a semana santa”. É o que nos aponta o saudoso Papa Paulo VI: “Se há uma liturgia que deveria encontrar-nos todos juntos, atentos, solícitos e unidos para uma participação plena, digna, piedosa e amorosa, esta é a liturgia da grande semana. Por um motivo claro e profundo: o Mistério Pascal, que encontra na Semana Santa a sua mais alta e comovida celebração, não é simplesmente um momento do Ano Litúrgico: ele é a fonte de todas as outras celebrações do próprio Ano Litúrgico, porque todas se referem ao mistério da nossa redenção, isto é, ao Mistério Pascal”.
“Viver a semana santa” significa fazermos memória destas ações maravilhosas de Deus. Mais, saber que estamos “re-vivendo” todos estes fatos. “De geração em geração, cada um de nós é obrigado a ver-se a si próprio, com os olhos penetrantes da fé, como tendo ele mesmo estado lá no Calvário, na primeira sexta-feira santa, e diante do sepulcro vazio, na manhã da ressurreição. Hoje, todos nós, aqui reunidos para celebrar a eucaristia, estávamos lá, prontos a morrer na morte de Cristo e a ressuscitar em sua ressurreição. Será exatamente nossa comunhão com o corpo sacramental do verdadeiro Cordeiro que nos tornará realmente presentes àquele eterno presente.”

PE. CARLOS GUSTAVO HAAS


NOTAS

1. Cf. Frei José Ariovaldo da Silva, O tempo da Quaresma, Liturgia em Mutirão, Edições CNBB, pág. 38-40.
2. Está publicado pela Paulus um CD com todos os cantos próprios da Quaresma e da CF para a missa de cada domingo da Quaresma deste ano.
3. Cf. Ir. Veronice Fernandes, A liturgia do tempo da quaresma, Liturgia em Mutirão II, Edições CNBB, pág. 99.
4. Sugerimos o DVD Reconciliai-vos, produzido pela CNBB e Verbo Filmes, como roteiro para estudo e aprofundamento do sacramento da Penitência e Reconciliação e das celebrações penitenciais.
5. Sugiro ainda a leitura do importante artigo de Pe. Domingos Ormonde e Ir. Penha Carpanedo que está publicado na Revista de Liturgia, janeiro/fevereiro 2010, pág. 15 a 22.
6. Césare Giraudo, Redescobrindo a Eucaristia. São Paulo, Loyola, 2002, p. 83

sexta-feira, 14 de março de 2014

Dinâmica Guia de Cego


Participantes: Indefinido sendo Nº par de pessoas.
Tempo Estimado: 25 minutos.
Objetivo: Compreender a importância de Deus e dos outros no nosso dia-a-dia.
Material: Algumas vendas ou lençóis, e uma área com obstáculos, de preferência em campo aberto.
Descrição: O coordenador venda os olhos de todas, caso não tenha vendas o coordenador devera pedir a todos que fechem os olhos.
 Os cegos devem caminhar desviando-se dos obstáculos durante determinado intervalo de tempo. Após este tempo deve-se realizar alguns questionamentos para os mesmos, tais como:
Ø  Como vocês se sentiram sem poder enxergar?  
Ø   Tiveram medo? Por quê? De quê?     
Ø   Que acham da sorte dos cegos?
Em seguida, a metade dos participantes deveram abrir os olhos para servir como guia, que conduzirá o cego por onde quiser. Depois de algum tempo podem ser feito tudo novamente onde os guias iram vendar os olhos e os cegos serão os guias. Após este tempo deve-se realizados os seguintes questionamentos:
Ø  Como vocês se sentiram nas mãos dos guias?
Ø  Tiveram confiança ou desconfiança? Por quê?
Ø   É preferível sozinho ou com um guia? Por quê?
Por último, dispõe-se dois voluntários de cego, sendo que um guiará o outro. Ao final, pode-se realizar os mesmos questionamentos do passo anterior. Dentre os questionamentos finais, a todos, pode-se citar:
Ø   O que a dinâmica teve de parecido com a vida de cada um?
Ø   Além da cegueira física, vocês conhecem outros tipos de cegueira? Quais?
Ø   Qual a pior cegueira: a física ou a de espírito? Por quê?

Ø  Os homens tem necessidade de guias? Quem são os outros guias?

Passagens Bíblicas sobre a Cegueira

E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de nós, filho de Davi.
E, quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor.
Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.
E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba.
Mas, tendo eles saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra. (Mt 9, 27-31)

E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.” (João 9,1-11) 

Daniela da Silva Guedes é Coordenadora paroquial da catequese e catequista. Já foi aluna e hoje faz parte da coordenação da Escola Bíblico-Catequética D. Jairo de Rui Matos - Regional Nordeste 3. Formada em Licenciatura em História, reside em Xique Xique na Bahia. Participa da Paróquia Senhor do Bonfim da Diocese de Barra.

quarta-feira, 12 de março de 2014

sexta-feira, 7 de março de 2014

CARTA À JOVEM DAM (REFLEXÕES SOBRE YOUCAT, EVANGELIZAÇÃO E JESUS NA NET!)



1. SAUDAÇÃO
Querida Dam[1], para você e para todos os santos que lerem esta carta, graça e paz da parte do Pai (que também deve ser Mãe) e de Jesus, nosso Amigo e Senhor.

2. POESIA PASTORAL: VEM E POSTA-ME!
Escrevo-te para conversarmos sobre YOUCAT. Mas primeiro, enquanto estudava e navegava noites dessas, veio-me esta poesia, que compartilho com você:

- “Jesus está na net?”,
perguntara Teófilo.
O que vos digo ao pé do ouvido,
twitai sobre os telhados[2]
Porque entre mil faces, lá
estavam as sementes do Verbo[3],
entre apps e joio.
Deixai-os crescer juntos, até a colheita![4]

Teclo estas coisas ao Anjo de minha Cyber igreja[5],  
para que não esqueça
que a rede é lugar de teofania:
o que ouvimos,[6]
o que comentamos,
o que vimos com nossos olhos,
o que curtimos,
o que contemplamos,
o que compartilhamos,
o que nosso coração sentiu,
e o que promovemos
do ‘cara’ de Nazaré,
é porque amamos (seguimos) e queremos conhecer
e queremos conhecer para amar (seguir).

3. YOUCAT: “PRUDENTES COMO AS SERPENTES, SIMPLES COMO AS POMBAS”.
Dam, o que você aprendeu sobre Evangelização? O que você sente a respeito da Igreja nos tempos de hoje? Em que nível de paixão se encontra sua relação com Jesus? Parecem perguntas bobas, mas as perguntas bobas são as melhores...

Sabe por que Jesus ensinava por parábolas? Porque parábolas era o que dava certo no seu tempo. E o que será que daria certo em nosso tempo? Na Bíblia, o “marshal” (termo hebraico para designar comparação, provérbio, adivinhação, fábula, alegoria) era bastante usado, apesar de que Jesus o faz de forma completamente nova: simples, inquietante e profunda[7]. Hoje, como você pode inquietar, trazendo profundidade e, ao mesmo tempo, sendo simples (claro, direto, objetivo)? Mas que tudo, antes de querer inquietar e pretender chegar ao coração dos jovens, seja inquieto e permita-se invadir diariamente pela inquietude do Evangelho de Jesus. O YOUCAT é um instrumento de evangelização, por isso o trabalho com ele precisa fazer você refletir acerca dessas coisas.

A Igreja vive um tempo novo... Mas analise por sua comunidade: as pessoas estão se achegando mais à vida comunitária? Os jovens estão dinamizando a paróquia? A liturgia encanta os participantes, sobretudo, os “católicos misseiros”? Pode ser que sim, pode ser que não. Mesmo assim, grandes possibilidades se abrem à nossa frente. Vivemos recentemente a explosão de catolicidade da JMJ: ‘catolicidade ou popularidade’? O Papa cercado por uma multidão quase incontável de jovens do mundo todo não garante fé, expressa que ainda somos bastante populares. Mas devemos aprender com esse momento e com tudo que ele traz. Imagem é mesmo quase tudo! Se quisermos anunciar Jesus, não podemos esquecer que para isso é preciso fazê-lo de maneira evidente e pública. Não ter medo subir nos telhados como ele pede no Evangelho (Cf. Mt 10,27b), ou seja, o lugar mais alto que nossa realidade oferecer – será a net? O YOUCAT nasce neste contexto. O próprio Papa Bento XVI o coloca nesse contexto: “formai grupos de estudo e redes sociais, partilhai-o entre vós na Internet” [8]; por isso não podemos ficar fora dessa. É nosso telhado do momento!

E onde fica Jesus nisso tudo? É importante lembrar que o YOUCAT é o córrego que leva para o rio, o Catecismo; que leva para o mar, a Sagrada Escritura; que precisa levar para o oceano, que é Jesus! Seguindo o curso das águas desta forma, nunca nos perderemos. Jesus precisa voltar com muita força na Igreja: Ele, o Evangelho dele, seu Reino, sua opção, seu sonho, sua Cruz e sua Ressurreição. Precisamos reaprender com os primeiros cristãos o kerigma básico: Jesus total. Uma das perguntas do YOUCAT: “Por qual razão Jesus é o Senhor de todo Universo?” (YOUCAT 110) Se aceitamos a Ele como Nosso Senhor, temos que segui-lo com todo nosso corpo, coração e paixão. Comece o estudo youcatiano por Jesus: Ele é o princípio de tudo. Lembre o Evangelho, leia o Evangelho, assista o Evangelho, pratique o Evangelho. Não só aquela parte que você gosta, mas se esforce para buscá-lo em sua inteireza. Assim serás feliz.

4. DINANCRIANDO: “JESUS NAS REDES”
Proponho-lhe, então, Dam, um desafio, algo que possa chacoalhar sua vida e de seu grupo ou comunidade:
OBJETIVO: Aprofundar e anunciar o Evangelho de Jesus e os ensinamentos da Igreja nas redes sociais.
1. Construa e desenvolva um dinâmico encontro com seu grupo sobre o YOUCAT;
2. Escolha com o grupo um dos jovens para construir um perfil ou comunidade em alguma rede social (Facebook, Twiter, Instagram, Google+, WhatApp ou qualquer outro; ou todos eles).
3. Durante um período determinado de tempo (talvez um mês ou menos) você irá postar diariamente trechos do YOUCAT e da Sagrada Escritura. Prepare essas postagens, use imagens, textos curtos e profundos, em geral, que tragam o que foi experimentado pelo grupo. Às vezes na própria Internet já tem muita coisa pronta, recorra ao velho Google!
4. A atividade do grupo será comentar e compartilhar esses ensinamentos, a fim de tornar Jesus mais conhecido, amado e seguido.
5. Depois do período pré-estabelecido, avalie com o grupo as luzes e sombras deste trabalho: Em que rede deu mais certo? Que tipo de conteúdo as pessoas mais curtiram? Como continuá-lo?

5. BENÇÃO
Maran atha! A graça do Senhor Jesus esteja com você! Com todos vocês está o meu amor em Cristo Jesus” (1Cor 16,22-24). Amém!




[1] Dam é um apelido que criei para “Dâmaris”, uma mulher que aparece no episódio de Paulo no Areópago (cf. At 17,34).  Paulo se encontra pregando em Atenas, quando filósofos o levam até o Areópago (uma espécie de câmara, conselho ou tribunal) e pedem: “Poderíamos saber qual é essa nova doutrina apresentada por ti?” (At 17,19b). O Areópago é o espaço das grandes discursões, da política, é o centro da grande cidade. Nós hoje nos encontramos com “novos areópagos” onde precisamos dar razão do que acreditamos. Com certeza a Internet é um grande areópago de nossos tempos e é nela e por ela que queremos apresentar a beleza de nossa fé cristã-católica, conversando sobre o YOUCAT. Dam é uma catequista, militante de grupo de jovens, animadora da liturgia, como inúmeras em nossas comunidades.
[2] Cf. Mt 10,27b.
[3] Cf. CONCÍLIO VATICANO II. Dei Verbum, 11.
[4] Cf. Mt 13,30.
[5] Cf. Ap 2,3.
[6] Cf. 1Jo 1,1-4
[7] Cf. PAGOLA, José Antônio. Jesus: Aproximação Histórica. 6 ed. Petrópolis, Vozes, 2013, p. 147.
[8] BENTO XVI. Prefácio do YOUCAT, p. 10.

Márcio L. d'Oliveira, também conhecido como Macico é Catequista e Coordenador de Pastoral (no Colégio Marista São Luís, Recife - PE). Ele é licenciado em Filosofia pela Faculdade Batista Brasileira, Salvador - BA; Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Feira de Santana, Feira de Santana – BA. Atualmente participa da Paróquia Nossa Senhora de Belém (Estrada de Belém, Encruzilhada, Recife - PE). Também prestou assessoria de Pastoral das Juventudes, Pastorais Sociais e coordenação de Escolas Teológicas (Curso de Extensão Teologia – Faculdade Católica de Feira de Santana, Escola Arquidiocesana de Teologia para Leigos e Escola das Juventudes D. Hélder Câmara, na Arquidiocese de Feira de Santana), onde lecionava Filosofia e Teologia; atuou no planejamento pastoral e formação bíblica de comunidades eclesiais.
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