terça-feira, 26 de agosto de 2014

COERENTES COMO JESUS…

Quando Jesus propôs aos discípulos que o “sim” deles fosse “sim” e o “não” fosse “não” propôs uma das virtudes mais difíceis da vida. É que ela engloba muitas outras. O mero fato de alguém se apresentar como pessoa coerente, ou coerente para consigo mesma, já demonstra sua incoerência. Coerência supõe humildade…Está longe de agir como co-herdeiro aquele que caminha junto, mas cortejando os primeiros lugares.
Dentre as muitas que se supõe vividas por um cristão, três virtudes traduzem o caminhar sereno de quem optou por Jesus: adesão (ad-haerens) inserção (in-haerens) coerência ( co-haerens). Herda um caminho e o assume, mergulha fundo no projeto assumido, entende que o projeto é de todos e é também seu. Os católicos repetem a cada missa este chamado: por Cristo,em Cristo, com Cristo; por nele, nele e com ele; vosso reino que também é nosso. As orações da missa trazem implícitas a promessa de coerência. O Pai Nosso ,no “Assim como nós perdoamos”outra vez aponta para a coerência.
Coerência supõe santidade e maturidade, valores que não caem do céu nem acontecem no estalar de alguns dedos. São conquistas lentas. Coerente foi Pedro quando se arrependeu, incoerente foi Judas quando não aceitou o perdão de Jesus e se matou. Não quis seguir como perdoado. Coerente foi Francisco de Assis quando, aos 26 anos, tendo descoberto a pérola que buscava, aderiu, inseriu-se e prosseguiu no caminho da simplicidade e da pobreza solidária. Aos 42 anos sua coerência fora suficientemente testada. Morreu aclamado como santo, e era: não se desviara mais do caminho.
Mostramos nossa incoerência quando juramos e não cumprimos, prometemos e não assumimos, quando vamos embora de companheiros, familiares e igrejas ou grupos, se ir embora se nos afigura mais vantajoso; quando escolhemos a nós mesmos e o nosso projeto porque o outro ficou difícil; quando não levamos em consideração o sentimento dos outros; quando insistimos que tem que ser somente do nosso jeito; quando fugimos da dificuldade; quando erramos, mas damos um jeito de por a culpa nos outros; quando achamos sempre uma desculpa para nossos desvios e nos mostramos inclementes contra os erros dos outros; quando escondemos a enorme farpa no nosso olho e achamos horrível o cisco no olho alheio…
O leitor que me segue experimente ler o Novo Testamento sob esta ótica do “disse e fez, prometeu e cumpriu, jurou e não voltou atrás”. Verá por que razão Jesus desafiou os seus acusadores e mostrar qualquer incoerência nele. Coerência é pilar de santidade! Costuma doer, mas cria solidez!

Pe Zezinho

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