sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ecumenismo: cristãos em busca da unidade

O ecumenismo é um dos temas em que muitos cristãos, sejam eles católicos ou de outras denominações cristãs, lançam um olhar desconfiado. Esse olhar é fruto da incompreensão do que seja verdadeiramente ecumenismo. Ecumenismo é muitas vezes compreendido como proselitismo, perda de identidade, farsa ou pretexto para enganar. Tudo isso é consequência da ausência de boa catequese acerca do assunto. 
Um dos principais objetivos do Concílio Vaticano II foi à busca da unidade dos cristãos. A partir do Concílio, as relações fraternas com as Igrejas e Comunidades Eclesiais que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica, tornaram-se cada vez mais intensas. Multiplicaram-se os diálogos teológicos e floresceram documentos exortando todo o povo cristão a aderir ao diálogo ecumênico.
Mas afinal, o que é o diálogo ecumênico? De um modo simples podemos afirmar que o diálogo ecumênico é um caminho que os cristãos estão fazendo em busca da unidade desejada por Jesus: “Que todos sejam um para que o mundo creia” (Jo 17,21). O diálogo ecumênico exige de cada cristão a capacidade de escutar e responder. Exige estar disposto a apresentar questões, e por sua vez, de ser questionado. Tudo feito num mútuo respeito. “Cada um dos interlocutores deve estar pronto a clarificar sempre mais e a modificar os pontos de vista pessoais e as formas de viver e agir, deixando-se guiar pelo amor autêntico da verdade” (Diretório Ecumênico nº 172).
Todos os fiéis católicos são chamados a orar e a trabalhar pela unidade dos cristãos, sob a direção de seus pastores, ou seja, os Bispos. Os Bispos “são responsáveis, individualmente perante a sua própria diocese e colegialmente perante toda Igreja sob a autoridade da Santa Sé, pela linha de ação e pela prática do ecumenismo” (Diretório Ecumênico nº11).
A atividade ecumênica na Igreja Católica, deve sempre ter em vista a observância e o respeito da unidade de fé e de disciplina que une os católicos. Em nossa época é perceptível uma crescente confusão doutrinal. É importante no campo do ecumenismo evitar todo tipo de abuso que possa gerar confusão ou indiferentismo doutrinal. A não observância das orientações da Igreja nesta matéria ocasiona um obstáculo ao desenvolvimento de uma verdadeira busca de unidade entre cristãos.
Os católicos promoverão a unidade, desejada por seu Divino Salvador, de forma equilibrada e coerente, segundo os princípios estabelecidos no Concílio Vaticano II, expostos no decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio.
As divisões constituem um verdadeiro escândalo. Disso deveríamos nos envergonhar.  O Santo Padre Francisco na sua exortação apostólica Evangelli Gaudium, n° 244, afirma que “a credibilidade do anúncio cristão seria muito maior, se os cristãos superassem as suas divisões”. Nesse processo, nós catequistas, como porta-vozes do Cristo, exercemos uma missão importante junto aos nossos catequizandos, sejam crianças, adolescentes, jovens ou adultos: introduzi-los numa vida de verdadeira comunhão entre os irmãos da nossa confissão de fé com os outros irmãos no Senhor pertencentes as demais Igrejas e Comunidades Eclesiais cristãs.   

Portanto, todos nós cristãos somos convidados a viver o amor, de modo que esse amor seja capaz de ultrapassar aquilo que nos separa. Devemos nos empenhar nessa missão. A nossa atuação deve ser feita com fé, esperança, caridade, na oração e no trabalho contínuo. É desejo de Deus que essa comunhão se torne cada vez mais visível e perfeita.  Que possamos afirmar com Pedro: “Em atenção a sua Palavra lançaremos as redes” (Lc 5,5).


Carlos Henrique Santos, é colaborador da Catequese Arquidiocesana de Aracaju e membro da coordenação da Escola Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 3 . É licenciado em Filosofia; Bacharel em Teologia e pós-graduando em Filosofia e Ética. Atualmente é Diacono na Arquidiocese de Aracaju.

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