O ecumenismo é um dos temas em que
muitos cristãos, sejam eles católicos ou de outras denominações cristãs, lançam
um olhar desconfiado. Esse olhar é fruto da incompreensão do que seja
verdadeiramente ecumenismo. Ecumenismo é muitas vezes compreendido como
proselitismo, perda de identidade, farsa ou pretexto para enganar. Tudo isso é
consequência da ausência de boa catequese acerca do assunto.
Um dos principais objetivos do Concílio
Vaticano II foi à busca da unidade dos cristãos. A partir do Concílio, as
relações fraternas com as Igrejas e Comunidades Eclesiais que não estão em
plena comunhão com a Igreja Católica, tornaram-se cada vez mais intensas. Multiplicaram-se
os diálogos teológicos e floresceram documentos exortando todo o povo cristão a
aderir ao diálogo ecumênico.
Mas afinal, o que é o diálogo ecumênico?
De um modo simples podemos afirmar que o diálogo ecumênico é um caminho que os
cristãos estão fazendo em busca da unidade desejada por Jesus: “Que todos sejam
um para que o mundo creia” (Jo 17,21). O diálogo ecumênico exige de cada
cristão a capacidade de escutar e responder. Exige estar disposto a apresentar
questões, e por sua vez, de ser questionado. Tudo feito num mútuo respeito. “Cada
um dos interlocutores deve estar pronto a clarificar sempre mais e a modificar
os pontos de vista pessoais e as formas de viver e agir, deixando-se guiar pelo
amor autêntico da verdade” (Diretório Ecumênico nº 172).
Todos os fiéis católicos são chamados a
orar e a trabalhar pela unidade dos cristãos, sob a direção de seus pastores,
ou seja, os Bispos. Os Bispos “são responsáveis, individualmente perante a sua própria
diocese e colegialmente perante toda Igreja sob a autoridade da Santa Sé, pela
linha de ação e pela prática do ecumenismo” (Diretório Ecumênico nº11).
A atividade ecumênica na Igreja
Católica, deve sempre ter em vista a observância e o respeito da unidade de fé
e de disciplina que une os católicos. Em nossa época é perceptível uma
crescente confusão doutrinal. É importante no campo do ecumenismo evitar todo
tipo de abuso que possa gerar confusão ou indiferentismo doutrinal. A não
observância das orientações da Igreja nesta matéria ocasiona um obstáculo ao
desenvolvimento de uma verdadeira busca de unidade entre cristãos.
Os católicos promoverão a unidade,
desejada por seu Divino Salvador, de forma equilibrada e coerente, segundo os
princípios estabelecidos no Concílio Vaticano II, expostos no decreto sobre o
ecumenismo Unitatis Redintegratio.
As divisões constituem um verdadeiro
escândalo. Disso deveríamos nos envergonhar.
O Santo Padre Francisco na sua exortação apostólica Evangelli Gaudium, n° 244, afirma que “a credibilidade do anúncio
cristão seria muito maior, se os cristãos superassem as suas divisões”. Nesse
processo, nós catequistas, como porta-vozes do Cristo, exercemos uma missão
importante junto aos nossos catequizandos, sejam crianças, adolescentes, jovens
ou adultos: introduzi-los numa vida de verdadeira comunhão entre os irmãos da
nossa confissão de fé com os outros irmãos no Senhor pertencentes as demais
Igrejas e Comunidades Eclesiais cristãs.
Portanto, todos nós cristãos somos convidados
a viver o amor, de modo que esse amor seja capaz de ultrapassar aquilo que nos separa.
Devemos nos empenhar nessa missão. A nossa atuação deve ser feita com fé,
esperança, caridade, na oração e no trabalho contínuo. É desejo de Deus que
essa comunhão se torne cada vez mais visível e perfeita. Que possamos afirmar com Pedro: “Em atenção a
sua Palavra lançaremos as redes” (Lc 5,5).
Carlos
Henrique Santos, é colaborador da Catequese Arquidiocesana de Aracaju e membro
da coordenação da Escola Bíblico-Catequética do Regional Nordeste 3 . É licenciado
em Filosofia; Bacharel em Teologia e pós-graduando em Filosofia e Ética.
Atualmente é Diacono na Arquidiocese de Aracaju.
Contato: carlos.henriquesantos17@hotmail.com
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