Evangelho
de Mateus
Este Evangelho,
transmitido em grego pela Igreja, deve ter sido escrito originariamente em
aramaico, a língua falada por Jesus. O texto atual reflete tradições hebraicas,
mas ao mesmo tempo testemunha uma relação grega. O vocabulário e as tradições
fazem pensar em crentes ligados ao ambiente judaico; apesar disso, não se pode
afirmar, sem mais, a sua origem palestinense. Geralmente pensa-se que foi
escrito na Síria, talvez em Antioquia ou na Fenícia, onde viviam muitos judeus,
por deixar entrever uma polêmica declarada contra o judaísmo farisaico.
Atendendo a elementos internos e externos ao livro, o atual texto pode datar-se
dos anos 80-90, ou seja, algum tempo após a destruição de Jerusalém.
O
autor
Embora este
evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui a
Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, além
de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após ressurreição
de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em
outras nações.
A
data
Evidências
externas, como citações na literatura cristã do Séc I, testemunham desde cedo a
existência e o uso de Mt. Líderes da igreja do Séc. II e III geralmente
concordavam que Mt foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações
em sues escritos indicam uma data entre 65 e 70 dC.
O
conteúdo
O objetivo de Mt
é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus
em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judaísmo, pode revelar o
objetivo de Mt em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada divisão termina
com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes dircusos…” (7,28; 11,1; 13,53;
19,1; 26,1).
No prólogo (1,1-2,23),
Mt mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às promessas feitas a Abraão e
Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do cumprimento, retrata a realeza
de Jesus e sublinha a importância dele para os gentios.
A primeira parte
(caps. 3-7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas
devem viver no Reino de Deus.
A Segunda parte
(8,1-11,1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos quando ele os
enviou para a viagem missionária.
A Terceira parte
(11,2-13,52) registra várias controvérsias nas quais Jesus estava envolvido e
sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus, em conexão com a
resposta humana necessária.
A Quarta parte (13,53-18,35)
o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade cristã
(cap 18).
A quinta Parte
(19,1-25,46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela seu conflito
climático com o judaísmo. Os caps. 24-25 contêm os ensinamentos de Jesus
relacionados à últimas coisas. O restante do Livro (26,1-28,20) detalha
acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à missão
do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a disposição
de Mt não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi planejada para
mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças em Jesus.
Composição
literária
MATEUS recorre a
fontes comuns a Mc e Lc, mas apresenta uma narração muito diferente, quer pela
amplitude dos elementos próprios, quer pela liberdade com que trata materiais
comuns. O conhecimento dos processos e os modos próprios de escrever de MATEUS
são de grande importância para a compreensão do livro atual: compilação de
palavras e dos fatos, de “discursos” e de milagres; recurso a certos números
(7, 3, 2); estilo catequético; citações da Escritura, etc..
0 comentários :
Postar um comentário
Seu comentário é precioso para o nosso trabalho de evangelização.
Deus o (a) abençoe!